terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Sentir: verbo mais babaca.

Hoje acordei, após um sonho conturbado (provável fruto de um fim de semana orgiástico, mentalmente falando: reflexões profundas, mais do que achei que seria capaz).
Não vou contar o sonho, pois não concerne. O fato é que agora estou sentindo algo parecido com cólera. Ira.
Isso porque hoje de manhã, fazendo o café, consegui finalmente chorar. Talvez outro fruto desagradável do fim de semana, e por conseguinte, do sonho. Desagradável? Sim. Na hora, foi um alívio inenarrável. Mas ao mesmo tempo ruim. Como agora está sendo. E como tem sido, há alguns dias. Não, não quero entrar no cerne do motivo principal. Porque há um principal, e outros sequentes, como uma árvore genealógica emocional. Ou uma bola de neve, se prefere referências lineares.
(Me dou conta que ninguém vai entender nada disso aqui. Enfim. Escrevo mais por uma necessidade do meu âmago do que para deleites alheios. Só publico pra ter o registro.)

A questão, a que tudo se resumiu no dia de hoje, é:
Por que razão infernal e absurda (aquilo que não pode se ouvido) seres humanos temos sentimentos?
Qual o propósito? O porquê?????????????????????????
Não, não ajuda na sobrevivência. Não há justificativa evolutiva.
É uma merda. Só isso. Só. Isso.
Temos a racionalidade. Temos os sentimentos. O primeiro sim, teria um porquê. Nascemos desprovidos de carapaças, asas, chifres. Somos, anatomicamente, um fracasso para o fim da sobrevivência. Mas temos raciocínio.
E os sentimentos? Pra que sentimos? Amor?
Alegria? Tristeza?
Os sentimentos bons (sei que isso depende do ponto de vista, mas considero aquilo que é bom de sentir, que é prazeroso), até alguns estudiosos da medicina poderiam dizer: "ah, o estado de amor (ou felicidade, alegria, whatever) relaxa, libera hormônios, diminui o estresse e blá blá."
Mas, e o contrário? Quando passamos a sentir o contrário? Ou pior, quando somos obrigados a sentir o contrário?
Ajuda em quê, pergunto aos médicos?
Porra nenhuma.
Só há retrocessos.
Pode ser útil no amadurecimento, na evolução da psiquê.
Mas, sinceramente... A dor que causa não vale a pena.
No final, seremos criaturas hiper maduras (oh, que lindo!), mas cheias de cicatrizes. E pra quê? Se fosse pra ajudar em outras relações... Mas e as pessoas que passam a vida inteirinha pa aprender "certas lições"? Morre, e aí? Só sofreu.
(Também não vou entrar em nenhum embate religioso aqui. Já basta o que sinto, peloamordedeus.)

Normalmente, acho aquela máxima "melhor sentir um dia e perder do que nunca sentir" verdadeira.
Mas hoje... Acho melhor não sentir nada. Nunca. Porque o que vem depois... E depois... Às vezes, passam-se meses, anos... E a coisa não melhora. Toma proporções de tal profundidade que nunca achei possível.
Proporções requintadas.
Agora, sou mais partidária da frase: "o tempo não cura nada. O tempo só tira o incurável do foco de atenção."
Pois é. E vira e mexe, ele volta, apoteótico. Querendo toda a atenção pra ele. Uma plateia. Palmas.
Mas não. Não posso deixar, não posso. Algo tem que ser feito. Ele (o incurável), tem que sumir. Ou melhor, ser sumido. Alguém precisa sequestrá-lo pra mim. Dar um chá de sumiço nele. Não pode entrar no palco. Quer dizer, não pode ter outras apresentações. A prévia já deu. Já foi suficiente pra mim.
E que alguém será esse, a raptar e matar o incurável?

Estou no aguardo. Sim, sou fraca. Melhor, estou fraca. Sozinha não dou conta.
Passivamente me encontro.
É como me sinto hoje. Na expectativa de um novo espetáculo.

~.~.~.~.~.~.~.~

É, terminando... Vejo que ainda tenho esperanças. rs
Meu caso não é de todo mal.

~.~.~.~.~.~.~.~

Não curto me expor tanto assim. Mas fez-se de extrema urgência hoje.