terça-feira, 18 de setembro de 2012

How life runs

Voltando ao blog mais de um ano após última postagem, para o que ao certo não sei. Quero escrever, desabafar, e publicar. Porque os dois primeiros nunca deixei de fazer, embora de forma secreta. Depois de um tempo comecei a me envergonhar de publicar o que escrevo, e pelo motivo mais batido: medo de não gostarem. É uma terapia, sem dúvida. Não preciso publicar tudo para ser efetivo. Sempre publiquei o que escrevia porque gostava, e porque andava numa profusão de criatividade, coisa que, acho eu, me abandonou... Então fiquei só com a parte do desabafo. E, voltando aqui, vi que eu era boa... Digo, pra mim. Gosto de me ler. De verdade. Inclusive, gosto de passar tempo comigo mesma. Eu rio das minhas piadas, eu rio das minhas palhaçadas, converso comigo mesma... Não acho que seja um sintoma de algum tipo de distúrbio. Vejo mesmo que venho preferindo a mim mesma que a outros seres humanos. Falta de paciência? Sim. Mas não é que me ache a última bolacha do pacote, nem cobro nada de ninguém. Muitas vezes me enfadonho com outros, e com poucos consigo alguma companhia de qualidade, boa conversa, estimulante, que faz valer a pena. O que está cada vez mais raro. Então, fico aqui com minha música, meus gatos e mim mesma. Não vou ser hipócrita, tem momentos que sinto falta de presença. Mas então penso na máxima 'antes só do que má acompanhada'. E como sei que fisicamente só me interessam pouquíssimas pessoas, e como sei que é difícil vê-las, não me apoquento. A vida saberá a hora certa. Ou, alguma hora acontece. Sempre acaba acontecendo. Esses encontros memoráveis e quase metafísicos... Eles existem. Por enquanto muito ar nos separa, mas algum dia, enquanto não mortos, há de acontecer. A vida cada dia que passa se apresenta mais estranha. Pressões, necessidades, vontades. E preciso responder à questões de ordem material, o que me perturba imensamente. Gostaria de que essa parcela realmente não existisse. Do alto dos meus 28 anos vejo que me falta ânimo para lidar com isso. Vejo que não consigo me sentir atraída por nada que possa garantir meu sustento, e o pouco que sei fazer e acho que consigo fazer sem surtar não se apresenta com facilidade... Perdida? Não sei, porque sei o que não quero. Agora, o que quero... Não consigo responder a isso também. Digo, que quero e que possa me sustentar com alguma facilidade. Sinto que falta comprometimento da minha parte para com a parte séria da vida. A parte burocrática. A parte da mulher eficiente, que precisa se virar sozinha. Baixa autoestima? Talvez. Uma intuição (errônea ou não) de que não serei capaz de corresponder ao que esperam de mim, de frustrar os outros, de falhar, e assim me sentir mal, visto que junto com a falta de compromisso anda uma autocobrança excessiva... Acho que é normal, acontece a todos... Embora em muitos momentos eu me ache magnânima! (que raios de palavra!) 

Sinto-me ao mesmo tempo flutuando e fortemente presa. Melhor talvez não pensar muito sobre, uma hora as coisas acontecem, uma hora vejo que tem uma brecha por onde vislumbrarei algo que valerá a pena correr atrás... Tentarei escrever mais, talvez publicar coisas antigas que tenho aqui. Sinto que poderia ficar aqui horas discorrendo sobre minha vida, o que é um paradoxo, visto que não acontece nada nela! Nada de relevante... Incrível como uma cara de paisagem às vezes mantém um tornado por detrás...
 E... publicando sem mais delongas e revisões.

 P.S.: por que diabos eu tenho essa mania de colocar títulos em inglês? Como se encerrasse alguma explicação valiosa...

2 comentários:

  1. Ju, acabei de escrever um post basicamente parecido com o seu, quer dizer, com a mesma angústia, pelo menos. Talvez seja uma coisa das que se aproximam da idade de Balzac... um mix de vontade de dar um basta com de não fazer nada.

    Flutuando e presa é uma definição muito boa para isso... sendo levada por uma corrente tão forte que não precisa nadar, mas também não pode sair dela.

    A vida vai ficando estranha, a ficção vai ficando cada vez mais interessante que a vida, e várias teorias e análises vão surgindo na cabeça dos letrados - me convenço que isso é coisa de quem fez letras, não vejo ninguém que seja mais lógico/matemático tendo essas reflexões...

    A questão da companhia também ocorre comigo. Com os poucos que me interessam não consigo ter todo o contato que me agradaria, mas não me exaspero com isso. Sinto falta de outros mas a minha companhia se torna cada vez melhor para mim - sou minha melhor amiga, tenho papos incríveis comigo mesma.

    E a mania do inglês, hum... é influência da literatura, com certeza. Eu me concentro muito para não fazer isso, mas vivo dando english titles and subtitles para as cenas da minha vida, dentro da minha cabeça, rs...

    Beijos!

    ResponderExcluir

Loqueris!