Por fora, é lago.
Espelho sob céu límpido, tépido e morto. Espelho entre árvores morosas.
Mergulha-se, não se encontra fundo. Só lamaçal. Areia revolta. Breu.
Observa-se o lago. O lago continua. Permanece. Quando se dá as costas,
do lago, não emerge Monstro de Loch Ness. Emerge Criatura existente, amorfa,
assustadora, indecifrável. Pungente. A Criatura, do lago, é assaz
nociva. Cuidado. E, mesmo quando se olha, com a atenção que se tem ao
admirar coisas belas, muitas vezes transpondo-as; mesmo quando se
acostuma; mesmo quando se adora o lago como sua própria morada da alma; quando parece convidativo a um mergulho divertido... A
Criatura surge. Dá bote. Melhor deixar o lago entregue à sua própria
quietude. E inquietude.
Destruindo o título: uma coisa que reparei? Ninguém é fácil.
Outra coisa que reparei. Talvez o problema seja eu (restaurando - em parte - o título).
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